terça-feira, 27 de novembro de 2007

Agadir - MARROCOS, quarta-feira, 24 de Novembro de 2007 (Estrada nacional entre Marrakesh e Agadir)

Acompanhados pela chuva...


Encontramo-nos a percorrer a estrada nacional entre Marrakesh e Agadir às 08:15 da manhã. Tudo corre com a normalidade prevista para esta região excepto a chuva intermitente e irritante que insiste em nos acompanhar. Intermitente porque vai e vem como o chá de menta que tanto apreciamos e irritante porque nos acompanha dentro e fora da Aurora. Chove lá fora, pinga cá dentro pelas frinchas das portas de trás e pela luz de presença junto ao retrovisor (cocas, essa cola não vale baralho! - eheh). Pior que isso só mesmo a avaria no limpa pára-brisas que nos impede de conduzir com chuva mais intensa. Já reparamos o dito mais de 20 vezes, mas a mesma peça desencaixa sempre no mesmo sítio… Ou bem que o limpamos à mão, com o braço esticado a segurar nas escovas, ou bem que parámos para esperar que passe. Também quem haveria de dizer que viríamos a Marrocos levar com chuva desta natureza? Estávamos preparados para o calor, a areia, o deserto, a subnutrição e a malária, mas nunca sentimos necessidade de nos acautelar minimamente com a chuva. Pois bem, nesta fase da viagem tem sido o nosso maior arrependimento. Não trouxemos guarda-chuva, o Armando não trouxe botas e arrumou com as únicas sapatilhas que trouxe no segundo dia por causa da lama, o Leal e eu trouxemos um saquinho- cama de verão, e os casacos que trouxemos apesar de quentes não abundam. E como se não bastasse mandamos tirar a sofage do carro em Viana por causa dos problemas que ela poderia dar no aquecimento do carro. – Só ninguém nos falou no arrefecimento que se faria sentir em Marrocos! E acreditem que os 12º marroquinos não são como os 12º portugueses.


Para além da chuva, é de salientar as voltas que ainda demos em busca do consulado da Mauritânia em Marrocos que pensávamos ser em Marrakesh, mas que afinal era em Casablanca e onde depois de lá chegarmos encontramos um aviso que nos remetia para Rabat (por onde tínhamos passado no dia anterior), onde nos poderíamos então encontrar com o cônsul da Mauritânia em Marrocos. Depois disto limitamo-nos a sorrir ironicamente uns para os outros e a apanhar um taxi da “falsa” embaixada para o Sheraton Hotel (à frente do qual tínhamos estacionado a Aurora). Sem perder mais tempo rumamos novamente em direcção Rabat.

Entramos na cidade com a chuva e claro, sem o limpa pára-brisas, e estacionamos no primeiro sitio que encontramos. Fomos de Táxi até à embaixada e depois de o próprio taxista de ter desorientado lá encontramos o chalet do embaixador. – “Visas seulement demain, pour la matin”, diz-nos o porteiro. Cabisbaixos, descobrimos sozinhos (ou quase), o caminho de volta para onde tínhamos deixado a Aurora. Arranjamos-lhe novo poiso nos jardins em frente ao Hilton Hotel (já na noite anterior tínhamos ficado em frente ao Sheraton em Casablanca. – de classe alta esta viagem!) e jantamos por casa enquanto tentávamos frustradamente reparar o mal fadado limpa pára-brisas.
- Cigarrinho e cama! Ao acordar a principal preocupação eram os vistos, visto ser sexta-feira e já nos sentirmos demasiado atrasados em relação ao que tínhamos previsto. No gabinete do embaixador foi-nos dito pelo mesmo, entre sorrisos, que os vistos só estariam prontos na segunda-feira visto a embaixada fechar todos os dias depois de almoço. – Desolamos completamente. Mas depois de alguns sorrisos em resposta e uns olhares tristes e desolados acrescidos de algumas justificações pelos atrasos (vimos de Portugal e vamos muito para além da Mauritânia, perdemo-nos duas vezes e tal…) lá conseguimos que o senhor embaixador nos mandasse à ultima porta ao fundo do corredor e caso não estivessem muito ocupados por lá talvez nos conseguissem o visto para o meio-dia e meio. Mal entramos senti-me aliviado porque o senhor que lá estava encontrava-se refastelado a ler o jornal e não parecia haver muito trabalho pendente. Como tínhamos íamos da parte do embaixador a coisa foi rápida. Mais duas palavrinhas com a secretária e tínhamos ordem para ir buscar os vistos às 12:30 do mesmo dia! Estávamos satisfeitos, mais do que satisfeitos, estávamos radiantes!!!




Saímos então da embaixada e fomos dar uma volta para comprar uma fruta e uns filtros de ar para a nossa “Aurorinha” e aproveitar para registar algumas imagens de Marrocos. Afinal de contas estávamos em Rabat – a Capital de Marrocos. O Leal ainda registou umas coisas, eu nem tanto. Depois de indiscretamente ter filmado um senhor que trabalhava numa oficinazinha, virei a esquina e enquanto filmava uns serralheiros que sorriam e posavam para a câmara dobra a mesma esquina o primeiro senhor, irritadíssimo por eu não lhe ter pedido autorização para filmar, o que também me irritou porque ele viu-me filmá-lo e não disse nada continuando a trabalhar, e só depois de eu me afastar veio no nosso encalço. Bastava-lhe ter dito que eu teria parado, e bastava-me ter pedido que ele teria deixado – ou não! Após alguma discussão e alguns pedidos de desculpa lá viemos embora. Refugiámo-nos em mais um chá de menta no terraço de mais um café.


Está frio, enevoado, húmido, molhado até, mas salva-nos esta boa disposição e atitude que não nos deixam desanimar. Nem mesmo com adversidades tão inesperadas como a chuva marroquina!



Texto: Nuno Ribeiro

Fotos: Ricardo leal
Chaufer: Armando Santos

sábado, 24 de novembro de 2007



Rabat - MARROCOS, quarta-feira, 21 de Novembro de 2007
(Auto-estrada entre Kenitra e Rabat)



Olá a todos. Pedimos desculpa pelo atraso na escrita, mas só agora tivemos tempo de recuperar da bebedeira psicológica que uma viagem deste género representa para os três. Escrevemos a partir da Aurora, nome com que baptizamos a carrinha que nos vai servir de transporte e abrigo nos próximos 3 meses e encontramo-nos a percorrer a auto-estrada que liga Kenitra a Marrakesh onde vamos pedir os vistos de entrada na Mauritânia.







Desde Viana do Castelo até aqui fizemos cerca de 1.500 km e a viagem correu bem, apesar de alguns contratempos como a chuva intensa e o rebentamento de uma correia com defeito, problema este que foi prontamente resolvido na oficina mais próxima – a Auto Alexandre, algures pelo Algarve, onde fomos logo reconhecidos pelo senhor que trouxe de encomenda expresso as nossas correias à oficina. Depois de três horas de repouso forçado retomamos caminho e jantamos em Vila Real de Santo António, num restaurante grande, vazio, com um aquário de água salgada e um senhor de aspecto peculiar a servir à mesa.




Arrancamos depois para Algeciras, mas não conseguimos evitar umas horas de repouso, este novamente forçado - mas desta vez pelo cansaço, algures na Auto Pista a poucas horas do porto de Algeciras. Dormimos umas horas, meios tortos dentro do carro ainda mal acondicionado e depois de acordar partimos então para Algeciras onde apanhamos o ferry do meio-dia. Trinta e cinco minutos depois pousávamos os pneus da Aurora em África pela primeira vez! (Gostamos muito!)














Entrados em Africa a rota só podia ser uma: a todo o vapor para Chefchaouen onde chegamos ao final da tarde de ontem. Depois de darmos entrada no parque de campismo descemos à Medina para jantar. E que bem jantamos....

Vale a pena referir que em Marrocos não chovia há oito meses, mas choveu desde que entramos no país até agora e este mau tempo não parece querer acalmar. Isto poderá ser um problema visto que a Aurora não aceitou bem o transplante das duas portas traseiras que lhe metemos, recuperadas de um carro que encontramos para abate, e pelas frinchas das mesmas mete água como um coador. Pinga certinho cá dentro, mas só quando a chuva nos bate a vento e dos lados. Parados não metemos água, mas também não andamos… E nós queremos é andar!! Estávamos preparados para tudo, menos para a chuva!

Ganhamos coragem e debaixo do chuveiro celestial arrancamos à hora de almoço para Rabat e neste preciso momento encostamos numa estação de serviço para esticar as pernas e beber um cházinho. Vou aproveitar a oportunidade para desligar o portátil e terminar este texto… Quando chegarmos a Marrakesh procuraremos um cyber-tasco para descarregar os textos e as fotos.

Para já tudo bem, sem nada de grave a declarar. Mais tarde falaremos do que vamos sentindo, para já ficamo-nos por onde temos andado.

- Obrigado pelas mensagens, às vezes parece que não estamos longe! (e realmente ainda não estamos...)

Texto: Nuno Ribeiro.
Fotos: Ricardo Leal
Chaufer: Armando Santos

terça-feira, 20 de novembro de 2007

Já estão em Marrocos!


Os três aventureiros vianenses passaram hoje para o outro lado e já estão em Marrocos desde o inicio da tarde... estão BEM e o carro está a comportar-se como uma "verdadeira máquina". Hoje vão jantar em Chefchaouen e depois seguem viagem. Com a ausência de fotos, para já, fica esta ilustração com o deserto de fundo.
Que a * os acompanhe nos km que ainda faltam...

segunda-feira, 19 de novembro de 2007

Podem mandar SMS...

Há última da hora até decidiram levar tlm com rooming! Em principio terão sempre rede excepto na Guné Conacri porque não há antenas. Até lá quem quiser pode mandar SMS, mas só sms, porque eles recebem ser ter de pagar nada por isso.Já as chamadas são carissimas para fazer ou receber.
Aqui vai o número que os acompanha: (+351) 964845562

Finalmente a partida....BOA SORTE!




Já passavam 30 m das 19h, ontem, dia 18 de Novembro, quando os três aventureiros chegaram no carro às instalações da RB Motor. Á espera estavam muitos amigos e familiares... entre muitas risada, brincadeiras ainda assinaram o carro , deixando mensagens de boa sorte. A verdadeira partida aconteceu quando faltavam alguns minutos para as três da manhã. muita ansiedade e lá foram eles ao volante de peugeot 501 todo apetrechado para esta aventura! Que os "deuses" os acompanhem e os tragam de volta, recheados de experiências, conhecimentos... Por esta altura estão eles em Vila Real de Stº António, ja com as novas correias mudadas... 1º percalço já ultrapassado! SIGA... até África