Acompanhados pela chuva...
Encontramo-nos a percorrer a estrada nacional entre Marrakesh e Agadir às 08:15 da manhã. Tudo corre com a normalidade prevista para esta região excepto a chuva intermitente e irritante que insiste em nos acompanhar. Intermitente porque vai e vem como o chá de menta que tanto apreciamos e irritante porque nos acompanha dentro e fora da Aurora. Chove lá fora, pinga cá dentro pelas frinchas das portas de trás e pela luz de presença junto ao retrovisor (cocas, essa cola não vale baralho! - eheh). Pior que isso só mesmo a avaria no limpa pára-brisas que nos impede de conduzir com chuva mais intensa. Já reparamos o dito mais de 20 vezes, mas a mesma peça desencaixa sempre no mesmo sítio… Ou bem que o limpamos à mão, com o braço esticado a segurar nas escovas, ou bem que parámos para esperar que passe. Também quem haveria de dizer que viríamos a Marrocos levar com chuva desta natureza? Estávamos preparados para o calor, a areia, o deserto, a subnutrição e a malária, mas nunca sentimos necessidade de nos acautelar minimamente com a chuva. Pois bem, nesta fase da viagem tem sido o nosso maior arrependimento. Não trouxemos guarda-chuva, o Armando não trouxe botas e arrumou com as únicas sapatilhas que trouxe no segundo dia por causa da lama, o Leal e eu trouxemos um saquinho- cama de verão, e os casacos que trouxemos apesar de quentes não abundam. E como se não bastasse mandamos tirar a sofage do carro em Viana por causa dos problemas que ela poderia dar no aquecimento do carro. – Só ninguém nos falou no arrefecimento que se faria sentir em Marrocos! E acreditem que os 12º marroquinos não são como os 12º portugueses.
Para além da chuva, é de salientar as voltas que ainda demos em busca do consulado da Mauritânia em Marrocos que pensávamos ser em Marrakesh, mas que afinal era em Casablanca e onde depois de lá chegarmos encontramos um aviso que nos remetia para Rabat (por onde tínhamos passado no dia anterior), onde nos poderíamos então encontrar com o cônsul da Mauritânia em Marrocos. Depois disto limitamo-nos a sorrir ironicamente uns para os outros e a apanhar um taxi da “falsa” embaixada para o Sheraton Hotel (à frente do qual tínhamos estacionado a Aurora). Sem perder mais tempo rumamos novamente em direcção Rabat.
Entramos na cidade com a chuva e claro, sem o limpa pára-brisas, e estacionamos no primeiro sitio que encontramos. Fomos de Táxi até à embaixada e depois de o próprio taxista de ter desorientado lá encontramos o chalet do embaixador. – “Visas seulement demain, pour la matin”, diz-nos o porteiro. Cabisbaixos, descobrimos sozinhos (ou quase), o caminho de volta para onde tínhamos deixado a Aurora. Arranjamos-lhe novo poiso nos jardins em frente ao Hilton Hotel (já na noite anterior tínhamos ficado em frente ao Sheraton em Casablanca. – de classe alta esta viagem!) e jantamos por casa enquanto tentávamos frustradamente reparar o mal fadado limpa pára-brisas.
- Cigarrinho e cama! Ao acordar a principal preocupação eram os vistos, visto ser sexta-feira e já nos sentirmos demasiado atrasados em relação ao que tínhamos previsto. No gabinete do embaixador foi-nos dito pelo mesmo, entre sorrisos, que os vistos só estariam prontos na segunda-feira visto a embaixada fechar todos os dias depois de almoço. – Desolamos completamente. Mas depois de alguns sorrisos em resposta e uns olhares tristes e desolados acrescidos de algumas justificações pelos atrasos (vimos de Portugal e vamos muito para além da Mauritânia, perdemo-nos duas vezes e tal…) lá conseguimos que o senhor embaixador nos mandasse à ultima porta ao fundo do corredor e caso não estivessem muito ocupados por lá talvez nos conseguissem o visto para o meio-dia e meio. Mal entramos senti-me aliviado porque o senhor que lá estava encontrava-se refastelado a ler o jornal e não parecia haver muito trabalho pendente. Como tínhamos íamos da parte do embaixador a coisa foi rápida. Mais duas palavrinhas com a secretária e tínhamos ordem para ir buscar os vistos às 12:30 do mesmo dia! Estávamos satisfeitos, mais do que satisfeitos, estávamos radiantes!!!
Entramos na cidade com a chuva e claro, sem o limpa pára-brisas, e estacionamos no primeiro sitio que encontramos. Fomos de Táxi até à embaixada e depois de o próprio taxista de ter desorientado lá encontramos o chalet do embaixador. – “Visas seulement demain, pour la matin”, diz-nos o porteiro. Cabisbaixos, descobrimos sozinhos (ou quase), o caminho de volta para onde tínhamos deixado a Aurora. Arranjamos-lhe novo poiso nos jardins em frente ao Hilton Hotel (já na noite anterior tínhamos ficado em frente ao Sheraton em Casablanca. – de classe alta esta viagem!) e jantamos por casa enquanto tentávamos frustradamente reparar o mal fadado limpa pára-brisas.
- Cigarrinho e cama! Ao acordar a principal preocupação eram os vistos, visto ser sexta-feira e já nos sentirmos demasiado atrasados em relação ao que tínhamos previsto. No gabinete do embaixador foi-nos dito pelo mesmo, entre sorrisos, que os vistos só estariam prontos na segunda-feira visto a embaixada fechar todos os dias depois de almoço. – Desolamos completamente. Mas depois de alguns sorrisos em resposta e uns olhares tristes e desolados acrescidos de algumas justificações pelos atrasos (vimos de Portugal e vamos muito para além da Mauritânia, perdemo-nos duas vezes e tal…) lá conseguimos que o senhor embaixador nos mandasse à ultima porta ao fundo do corredor e caso não estivessem muito ocupados por lá talvez nos conseguissem o visto para o meio-dia e meio. Mal entramos senti-me aliviado porque o senhor que lá estava encontrava-se refastelado a ler o jornal e não parecia haver muito trabalho pendente. Como tínhamos íamos da parte do embaixador a coisa foi rápida. Mais duas palavrinhas com a secretária e tínhamos ordem para ir buscar os vistos às 12:30 do mesmo dia! Estávamos satisfeitos, mais do que satisfeitos, estávamos radiantes!!!
Saímos então da embaixada e fomos dar uma volta para comprar uma fruta e uns filtros de ar para a nossa “Aurorinha” e aproveitar para registar algumas imagens de Marrocos. Afinal de contas estávamos em Rabat – a Capital de Marrocos. O Leal ainda registou umas coisas, eu nem tanto. Depois de indiscretamente ter filmado um senhor que trabalhava numa oficinazinha, virei a esquina e enquanto filmava uns serralheiros que sorriam e posavam para a câmara dobra a mesma esquina o primeiro senhor, irritadíssimo por eu não lhe ter pedido autorização para filmar, o que também me irritou porque ele viu-me filmá-lo e não disse nada continuando a trabalhar, e só depois de eu me afastar veio no nosso encalço. Bastava-lhe ter dito que eu teria parado, e bastava-me ter pedido que ele teria deixado – ou não! Após alguma discussão e alguns pedidos de desculpa lá viemos embora. Refugiámo-nos em mais um chá de menta no terraço de mais um café.
Está frio, enevoado, húmido, molhado até, mas salva-nos esta boa disposição e atitude que não nos deixam desanimar. Nem mesmo com adversidades tão inesperadas como a chuva marroquina!
Texto: Nuno Ribeiro
Fotos: Ricardo leal
Chaufer: Armando Santos
15 comentários:
Apesar de muita chuva a "Aurorinha" está a portar-se muito bem!
Parabéns pelas fotos e pelos textos!!!
Salamaleque (as-salam-alaik, a paz esteja contigo),neste caso com os três!!!
Santos, a aventura continua! Até me dá calores só de pensar...
Vou acompanhar-vos via blog e desejar que tudo corra da melhor forma, com muitos planos B...
Não conheço os teus colegas de viagem, mas deixo o aviso: Não deixem esse gajo dormir até ao meio-dia :)
Continuação de boa viagem e quanto mais não seja, para aquecer, enquanto o tempo não muda: chá de menta quentinho... e o cigarrinho antes de deitar, mas sem cheirinho :)
Abraço
Herlander ;)
Caros amigos, recordo este grande pensamento:
"Os grandes navegadores devem sua reputação aos temporais e tempestades"
(Epicuro)
Asim, como Horácio disse um dia:
"A adversidade desperta em nós capacidades que, em circunstâncias favoráveis, teriam ficado adormecidas".
Grande abraço.
Então não é que a chuva vos fez recuar no tempo! Já estamos em Novembro, dia 27 e é Terça-Feira.
Grande abraço.
olá "chaufer" da "aurorinha" ainda não parou de chover? apre k é demais ....
e eu estou a reconhecer essa camisola.. parece a mesma k alguèm vestia quando saiu daki...será?
os caminhos de marrocos já vos conhecem bem agora os marroquinos??!!!! saudações caninas
Altas fotos, gajos!!!! Que bom que tá a ser....também quero!!!!
Good vibes pra todos!
Bjs
a porra das alterações climáticas...heim chuva em marrocos e sol em Novembro em Portugal.
Boa viagem para todos e um abraço grande para o lealzinho.
Força Aurora... estamos contigo.
ola pessoal tenho acompanhado o vosso blog, muito fixe....mas ja vi k tao a ter uns problems com a chuva... e o auto radio ainda funciona???!!!agrada?!fico feliz por saber k estais bem... e espero k tenhais muita energuia para seguir os vossos objectivos. aquele abraço VERINHO
É assim mesmo meninos,há que lutar contra TODAS as adversidades, ou não fossem vocês uns valentes portugueses - contra os canhões marchar marchar...e contra as adversidades andar andar..pq para a frente é que é o caminho!
Altas imagens que vocês têm...mas imagino que as melhores estão na vossa cabeça e no vosso coração!
Só para deixar uma enorme beijinho, aquele abraço, muitas saudades e sobretudo MUITA força!
Que a vossa estrelinha vos acompanhe. Um beijo da vossa amiga,Lili
Queria tanto tar ai com voces nesta fase complicada da minha vida precisava de sair daqui de viana (nuno depois explico-te).Fico feliz por saber que apesar de todos os entraves que vao surgindo o vosso animo contnua...estou ca a vossa espera e acreditar que o vosso objectivo sera concretizado da melhor forma.BEIJAO cheio de força e saudades e aquele abraço apertadinho e aconchegadinho a todos...jahhhhh positive vibes
Meus queridos,esta é de borla,mas só desta vez(é q eu estou aqui desta banda de jardim à beira Mar plantado...e vocês meus sacanas a laurear a pevide no bem bom...q "raibaaa"..como ia dizendo,quando ñ se tem para-brisas,a solução é esfregar uma batata no vidro e a chuva escorrega q nem ginja...é de borla,para a próxima pagamento na mão!!!.....BOA VIAGEM..seguir-vos -ei....MÃE DA REBECA
Armando Santos e companhia Lda.,
Um grande abra�o para voc�s e para a vossa Aurora.
Muitas experi�ncias voc�s v�o passar, umas boas e outras m�s, mas ser�o boas hist�rias para vos ouvir contar num longo ser�o, quer seja ver�o ou n�o...
Cheguei ontem de Angola, j� pus os p�s em �frica, onde tudo � ex�tico, especialmente as miudas.
Abra�os
Pedro Djembefola
nuno vi logo que eras tu a escrever. Tás melhor na tua escrita sensivel e descritiva. Acho que estás bem. Faz-te bem essas viagens. Mas... é tudo que tens para contar, a chuva? Tens de criar uma blog para aquilo que nao podes divulgar aqui, www.vianaconakryX-FILES.blogspot.com. Sabes bem ás coisas que me refiro ó apaixonado. Fdx mas isto de internets....... rouba a magia da coisa... mas compensa que não lhe dá magia mas dá-lhe "conexão".
Enfim cá está tudo normal.
O som bomba ai no soundsystem?
505 soundsystem blazzeEE!!! fire!!!!
ROOOOTS MANNNNNNNN
back to your rooots
ps: o leal que não apanhe DST!!
Abraço pós 3! Fiquem benne!
peace
Pah!! eu avisei k isso ia descolar... e o Mando queria ainda fazer mais furos!!!!
E a "silver-tape"?? ficou aki em casa... Arranjai alcatrao k isso nunca mais sai!
Em relação ao limpa Pára brisas; 2 ímans que pelo menos o Nuno pode limpar de dentro (LOOOL)... mas pode ser k funcione!!!
Va conaconaconaconakris!!
continuação de muita Mer** para vcs
abração
Cocas!!
ps: se precisarem de alguma coisa é só avisar!
:D
Ola a todos
Espero que a viagem esteja a ser fantástica. força! vou seguindo os vossos trilhos.
Se quiserem se lembrar de que "A realidade é a obra prima da ilusão. Como se vê e se sente. Então, esta etapa, será, ou está, a ser vivida na ilusão da vossa sensibilidade.
deixo aqui um poema sobre viagens:
Trilhos
Por trilhos de pegadas de seda
Do incógnito mercador
Ó Bizâncio, Samarcanda, Alexandria e Babilónia
Quanto é grande o vosso esplendor
De ruas empilhadas de gente arcano
Pronuncios do reino de Babel
Alfarrabistas, bazares e mesquitas
De pés descalços aclamam a seu deus
Sultões, Xá, em revista
Os eunucos gordadores das odaliscas
Passeiam com o seu véu
Que magnifico teatro pictórico
Há gente que não entendeu
Gengi Khan, patético Termelão até Babur
O massacre em sangue se fundiu
Mas todo isto foi brisa de maus presságios
O encanto ainda anda à solta
Para quem tiver vontade de o apanhar.
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